terça-feira, julho 03, 2012

Cientistas afirmam ter provas da existência da “partícula de Deus”

Físicos devem anunciar amanhã resultados das últimas pesquisas que podem explicar por que há massa no universo.

Cientistas acreditam que a chamada “partícula de Deus”­­ ou “bóson de Higgs”, que pode explicar os fundamen­­tos do universo, é algo real e estão para apresentar as provas. Físicos do maior colisor de partículas do mundo pretendem anunciar amanhã que praticamente confirmaram o primeiro princípio da teoria que pode dar contorno ao conhecimento científico de toda a matéria.
O foco da atenção, o bóson de Higgs, é uma partícula subatômica, cuja existência poderia explicar por que alguns objetos no universo têm massa, enquanto outros possuem apenas energia. Trata-se de uma peça crucial, e ainda não encontrada, para a compreensão dos cientistas sobre como o universo foi criado e sua descoberta pode representar uma das maiores realizações da física moderna.
Corrida científica
Pesquisadores dos EUA também veem indícios do “bóson de Higgs”
AFP
Físicos nos EUA reportaram ontem a descoberta de fortes indícios da existência do bóson de Higgs, a esquiva partícula conhecida como a “Partícula de Deus” e que supostamente faz com que os objetos tenham massa. Mas o grupo de pesquisadores vai esperar mais informações da Europa para confirmar uma possível descoberta.
“Nossas informações apontam fortemente para a existência do bóson de Higgs, mas precisamos dos resultados dos experimentos do Grande Colisor de Hádrons (LHC ou acelerador de partículas) na Europa para confirmar uma descoberta”, declarou Rob Roser, porta-voz do laboratório nacional americano Fermilab, no estado de Illinois. A equipe de especialistas descobriu que há apenas uma chance em 550 de que o sinal encontrado seja meramente um acaso estatístico.
“É mais fácil buscar o rosto de um amigo em um estádio com 100 mil pessoas do que uma partícula de Higgs em bilhões de colisões.”
Luciano Ristori, físico do laboratório nacional americano Fermilab.
Pesquisadores Centro Eu­­ropeu de Pesquisa Nuclear, também conhecido pela sigla Cern, dizem ter compilado grandes quantidades de dados que mostram pegadas e sombras da partícula, provando sua existência, embora a partícula em si nunca tenha sido realmente vista.
Ninguém sabe qual seria a massa de um bóson de­­­­ Higgs. Então, os cientistas­­ buscam a partícula de for­­ma indireta, chocando par­­tículas umas contra as ou­­tras em gigantes colisores e­­ observando quais outras par­­tículas subatômicas são cria­­das no processo.
O colisor do Cern, uma instalação de US$ 10 bilhões conhecida como Grande Co­­lisor de Hádrons, instalado na fronteira entre França e Suíça, realiza colisões de prótons para investigar a matéria negra, a antimatéria e a criação do universo, que segundo muitos cientistas ocorreu após uma enorme explosão, conhecida como Big Bang.
Dois grupos independentes de cientistas que trabalham no projeto, Atlas e CMS, pretendem anunciar publicamente mais dados sobre o bóson de Higgs durante reuniões em outubro e dezembro. Cada um dos grupos compreende milhares de pessoas, que trabalham independentemente, para assegurar a precisão dos dados.

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